Diferenças? Quais????

Diferenças? Quais????
Diversidade. igualdade, respeito as diferenças, raças, etnias, culturas... "Brasil Um país de Todos!"... O que são estas palavras ou expressões além de símbolos? Símbolos, representações que nos guiam, nos moldam e ditam formas de condutas. E nós, o que fazemos dos símbolos? Ou os aceitamos inopinadamente ou os contestamos traçando novas vivências e refletindo novas representações.

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Castelo de Pesqueira. (Luxo, beleza, história e mistério)

Castelo de Pesqueira
Visto de frente.

Por dentro...

Na cidade de Pesqueira Localiza-se a uma latitude de 08º21'28" sul e a uma longitude 36º41'45" oeste, estando a uma altitude de 654 metros. Sua população, segundo censo de 2007 é de 61.337 habitantes. Possui uma área de 1036,45 km².
Cidade do agreste pernambucano atualmente não é conhecida apenas por suas belas peças artezanais de renda e por suas associações de mulheres rendeiras.
Visto de cima

Pesqueira é berço hoje de um dos mais bonitos patrimônios do país. O comerciante Ednaldo Torres com 49 anos hoje, tem ao longo de mais de 22 anos construído um castelo que esbanja luxo e história em cada peça que o compõe.
Um castelo que não teve sua planta pensada previamente, uma construção que tem se tornado mais facinante a cada ano. O senhor Ednaldo afirma, que está em constante construção, que não tem idéia de quando vai terminar, nem o que falta para concluir sua obra de arte, diz que a construção do castelo tornou-se uma obcessão. (Fonte, G1, 2007. Acesso em 26/01/2011.)
Em janeiro de 2010 fiz minha primeira visita a Pesqueira e fiquei fascinada para saber mais sobre aquele monumento que aos meus olhos era um monumento histórico cheio de segredos e que eu precisava desvendar alguns. (Coisa, de alma historiadora, rs).
Comecei aconversar com as pessoas da cidade, que não falam muito, são muito discretas em relação ao dono e a construção. Percebe-se que a população se orgulha de ter tamanho monumento em sua cidade, mas há um respeito enorme em relação a vida privada do dono do castelo que também é dono de outras propriedades na cidade. Descobri através da oralidade, que o dono do castelo viaja constatemente por todo o mundo e de cada local que viaja trás peças para compor sua obra. Podemos constatar estas afirmações ao observar uma grande mistura cultural no exterior do castelo, pois mistura um estilo barroco há um ar de contemporâneidade e nos proporniona uma viagem pelo mundo observando seus detalhes exuberantes e também exóticos.
Em uma das visitas a cidade, ouvi em uma apresentação de uma negra remanescente de uma comunidade quilombola do sertão Pernambucano, uma história oral que da conta de alguns detalhes da história deste castelo.
Resa a lenda, que o dono do castelo era casado com uma linda mulher e que à amava muito, já há tinha prometido que faria um castelo só pra ela um dia, contudo por obra do acaso ou não, em um triste dia sua mulher que estava grávida sofreu um acidente de carro e acabou falecendo junto com sua criança. O senhor dono do castelo se sentiu obrigado a pagar sua promessa e dedicou sua vida a realizar a promessa que fez a sua amada esposa, embora ela nunca possa desfrutar de tal presente.
Lenda ou não, não posso afirmar isto ainda, gostaria de uma conversa com o senhor Ednaldo para desvendar essa história.
Só queria dividir com vocês este lugar que eu fico fascinada a cada vez que o visito.



Visita em dezembro de 2010, castelo em construção, vista noturna.


sexta-feira, janeiro 21, 2011



A ESCOLA COMO AGENTE DISCRIMINADOR DA
POPULAÇÃO NEGRA
(Maria Claudinéia Gomes da Costa¹, Gian Carlo de Melo Silva²)
                                                                                                                                                                          Introdução

Segundo o IBGE mais da metade da população
brasileira é composta por negros. Contudo ao
observarmos uma sala de aula qualquer de um curso
superior, vemos que majoritariamente a sala é formada
por alunos brancos. Um questionamento
imediatamente nos surge, como em um país onde hoje
aproximadamente 95 milhões da população é
composta por negros apenas 7,7% (IBGE, 2009) dos
alunos negros que iniciam o ensino fundamental
chegam a universidade?
A resposta para esta pergunta está nas páginas de
nossa história. Infelizmente, ainda hoje reproduzimos
crenças e ações do passado e deixamos que a
pigmentação da pele seja crucial na tomada de
decisões e em nossa vivência na sociedade. Espaço
que é composto por uma diversidade de culturas e
pessoas, convivendo sob o mito da democracia racial.
A partir do exposto, intentamos fazer um breve
histórico sobre a educação dedicada aos afrobrasileiros
e apresentar alguns dos problemas que
perpassam a educação do nosso país hoje, com o
intuito de orientar e evitar que continuemos
reproduzindo desigualdades sociais e raciais no nosso
processo educativo são os objetivos deste trabalho.
Desenvolvimento
Compondo um breve histórico sobre a educação
dedicada a população negra no Brasil, recorreremos a
constituição imperial de 1824, que sancionou leis e
garantiu direitos e políticas a todos os cidadãos
brasileiros. No auge de um regime escravocrata
excluiu-se mais da metade da população brasileira de
uma participação política e social¹. Já na constituição
de 1854 no Decreto n° 1.331 em 17 de fevereiro ficou
estabelecido que nas escolas públicas do país não
seriam admitidos escravos e a previsão para a
instrução de adultos negros dependia da
disponibilidade dos professores. Em 06 de setembro
de 1878 no Decreto n° 7.031-A, ficou sancionado que
os negros só podiam estudar no período noturno
(BRASIL,2004, p. 7).
Ao observarmos as constituições elaboradas no
século XIX vemos que as mesmas formalizaram o
processo de exclusão do negro no âmbito da educação
e no contexto social do País. Neste breve histórico dos
primeiros passos da educação no Brasil observamos
questões de exclusão e preconceito a uma população
que na época vivia sob a égide do regime
escravocrata.
Hoje não vivemos mais em um regime de
escravidão e nas normas das leis oitocentistas,
vivemos na era de uma Educação para Todos que
busca inserção social e uma formação cidadã, com
respeito as diferenças sociais e culturais. Partindo da
suposição de uma educação igualitária para todos
chegamos ao nosso questionamento: por que segundo
os dados do IBGE 2008 existem 14,1 milhões de
analfabetos dos quais 9 milhões destes são pretos ou
pardos?
A resposta a este questionamento não é objetiva,
prática ou fácil de alcançar, pois ela é constituída por
diversos fatores que surgem desde os tempos de
Heródoto (séc. V a. C.) que por estranhar a cor e os
costumes chamava os negros de etíopes e já
explicitava uma desqualificação do negro.
Perpassando a Idade Média que associava o negro a
figura do diabo e ao pecado, associando tudo o que
fosse ruim a algo escuro, negro. Chegamos a Idade
Moderna, que por afirmar que o negro não tinha alma
deu direito aos reis de Portugal escravizar os
africanos. Chegamos à grande discussão que está até
hoje enraizada nas crenças da nossa sociedade e
consequentemente é disseminando por parte dos
nossos professores, reproduzindo e contribuindo para
a construção de uma sociedade preconceituosa e
racista.
A grande ideologia criada e perpetuada até os dias
de hoje é o conceito de raça, defendido inicialmente
pelo naturalista sueco, Carl Von Linné, conhecido em
Português como Lineu (1707-1778), que usou o
conceito de raça para classificar as plantas em 24 raças
ou classes, classificação hoje inteiramente abandonada
(MUNANGA, 2003). Em seguida na sociedade
medieval o termo raça passou a ser aplicado como
algo relacionado à descendência, linhagem, grupo com
características físicas e com um ancestral em comum.
Em 1684, o francês François Bernier emprega o
termo raça no sentido para classificar adiversidade
humana em grupos fisicamente contrastados,
denominados raças (MUNANGA, 2003).
Nos séculos XVI e XVII o conceito de raça passou
a ser usado para diferenciar classes sociais. Atribuindo
assim aos que estavam no poder uma superioridade de
habilidades. Surge então a crença de uma nação de
sangue puro existindo aí duas raças: a nobre e a plebe,
sem que existisse aí nenhuma diferença morfobiológica
².
1 Primeira autora é aluna do curso de Licenciatura em Pedagogia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade acadêmica de Garanhuns.
AV. Bom Pastor, s/n- Boa Vista Garanhuns,PE, CEP 55.296-901. E-mail:claudineiagomes2008@hotmail.com
2Segundo autor é professor assistente I (substituto) da Unidade Acadêmica de Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco. AV. Bom
Pastor, s/n- Boa Vista Garanhuns,PE, CEP 55.296-901. E-mail: giancmelo@gmail.com
No século XIX começam a pensar em raça com
traços biológicos diferentes e a característica principal
de definição de raças era apresentada pela
pigmentação da pele, em seguida acrescida de outros
critérios morfológicos como a forma do nariz, dos
lábios, do queixo, do formato do crânio, o ângulo
facial dentre outros (MUNANGA, 2003). Por fim,
chegamos ao século XIX onde Darwin cria o
determinismo social e coloca os africanos no último
degrau de evolução da raça humana.
Contudo, em 1912 o antropólogo Franz Boas
através de estudos desenvolvidos nos Estados Unidos
descobriu que os crânios, por exemplo, tinham a
tendência a alongar-se e que este fenômeno estava
ligado principalmente às influências do meio social
em que estes indivíduos estavam inseridos.
Segundo Munanga:
[...] a própria ciência biológica (genética
humana, biologia molecular, bioquímica), os
estudiosos desse campo de conhecimento
chegaram a conclusão de que a raça não é uma
realidade biológica, mas sim apenas um conceito
alias cientificamente inoperante para explicar
adiversidade humana e para dividi-la em raças
estancas. Ou seja, biológica e cientificamente, as
raças não existem [...].
Através deste breve histórico, descobrimos o
conceito de raça que em síntese foi criado
inicialmente pela biologia e destituído por ela mesma
quanto ao uso do termo para definição de múltiplas
raças humanas, concluindo-se assim que existe a raça
humana. Raça Humana esta que se apresenta em
diferentes comunidades, com diversas culturas,
compondo assim diversos grupos étnicos
(MUNANGA, 2003, p. 11).
Contudo, todas estas pesquisas e descobertas, estas
afirmações ditas verdadeiras por parte das elites que
politicamente lideravam nossa sociedade, ainda hoje
estão enraizadas intrinsecamente no imaginário da
nossa sociedade contemporânea o que resulta na
reprodução de uma idéia racista e preconceituosa.
Após este breve histórico questionamos como
estes fatores interferem na educação que é oferecida
em nossas escolas hoje e como é contada a históriaafro-
brasileira? Uma outra questão que deve ser
respondida é, existe preconceito quanto a cor no
Brasil?
Para responder a primeira pergunta constatamos
através da literatura vista que todos os estereótipos,
estigmas e representações ao longo da história foram
sendo atribuídos ao negro, ainda hoje são vivenciados
e reproduzidos. É o que nos aponta o texto a seguir:
[...]Ressignificadas ou não, essas representações se
tornam uma herança cultural importada da Europa
para o Brasil e até hoje muitos docentes quando
elaboram aulas sequer se dão conta de que reproduzem
determinados estereótipos. (GOMES, DOMINGOS e
CLEMENTE, 2010, p. 6.)
Respondendo a nossa segunda problemática,
observamos que o ensino da história afro-brasileira é
feito a partir de pequenos recortes onde se enfatizam e
são reproduzidas imagens negativas dando sustentação
as práticas sociais discriminatórias (COSTA
SOARES, 2008, p. 6). Estas imagens e estereótipos
negativos são:
[...] O negro marcado e condenado por forças
maiores, o negro sofrido e passivo, o negro
fetichista e demonizado, ignorante e primitivo
alguns alunos aceitam e reproduzem essas
representações; outros não se identificam com essa
história, com essa memória contada, narrada e
descrita pelo professor, passando a ter repúdio e
apatia por ela. (GOMES, DOMINGOS e
CLEMENTE, 2010, p. 6)
Para responder o terceiro questionamento vamos
analisar um dos dados do IBGE, 2008. Em 2007, a
taxa de freqüência a curso universitário para
estudantes entre 18 e 25 anos de idade na população
branca (19,4%) era quase o triplo da registrada entre
pretos e pardos (6,8%). Tais dados representam como
o acesso dos alunos afrodescendentes é restrito ai
ensino superior, sendo um espaço ainda reservado aos
“brancos”.
.
Conclusão
Visando uma transformação conceitual e uma
sociedade com uma educação anti-racista (GOMES, p.
70.) que inclui a população indígena em 2008 passa a
vigorar a LEI Nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008.
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de
2003, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, para incluir no currículo oficial
da rede de ensino a obrigatoriedade da temática
“História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.
A partir desta lei esperamos mudanças significavas
no ensino de história contemplando a história dos
excluídos socialmente das páginas constituintes dessa
história ou trazendo personagens já existentes
figurantes de um novo capítulo, fazendo uma releitura
da história da África que vem sido contada e aceita
por todos estes anos. Uma abordagem histórica, da
cultura, da identidade e da participação, constituição e
configuração da sociedade brasileira pela ação de
diversas etnias africanas e seus descendentes
(GOMES, p.71).
Uma educação para todos, valorizando a
contribuição de cada sujeito histórico na construção
desta sociedade e da identidade brasileira, construindo
sujeitos ativos e participantes da história do país, do
seu estado de sua comunidade independente da
pigmentação de sua pele. Este é o principal desafio de
todos os educadores e educadoras deste país.
1 Primeira autora é aluna do curso de Licenciatura em Pedagogia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade acadêmica de Garanhuns.
AV. Bom Pastor, s/n- Boa Vista Garanhuns,PE, CEP 55.296-901. E-mail:claudineiagomes2008@hotmail.com
2Segundo autor é professor assistente I (substituto) da Unidade Acadêmica de Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco. AV. Bom
Pastor, s/n- Boa Vista Garanhuns,PE, CEP 55.296-901. E-mail: giancmelo@gmail.com
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a UFRPE/UAG, pelas
contribuições e incentivo para a realização deste
trabalho, ao meu orientador professor, Gian Carlo de
Melo Silva, por toda disponibilidade, apoio e atenção
que me dedicou o que tornou possível a concretização
deste trabalho.
REFERÊNCIAS
[1] MUNANGA, KABENGELE.2003 [Online]. Uma
abordagem conceitual das noções de raça,
racismo,identidade e
etnia.Homepage:http://www.acaoeducativa.org.br/downloads
/09abordagem.pdf.
[2] BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação das Relações Ètnico-Raciais e para o ensinode
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília:
MEC/Sepir,2004.
[3] GOMES, G; CLEMENTE, J. & DOMINGOS, C. 2010.
História e Cultura afro-brasileira em sala de aula. Apostila
de minicurso ministrado em maio de 2010 na UFRPE/UAG,
Garanhuns.
[4] COSTA, C.S.2008 [Online]. A população negra na
história da educação brasileira.
Homepage:http:WWW.ie.ufmt.br/semiedu2009/gts/gt15/com
nicaçãoOral/CANDIDA%20SOARES%20DA%20COSTA.p
df.
[5] GOMES, N, L.2008. A questão racial na escola: desafios
colocados pela implementação da Lei 10.639/03. In:
MOREIRA,F,A; CANDAU,V,M. (ORGS) Multicuturalismo:
Diferenças culturais e práticas pedagógicas.Petrópolis, RJ:
VOZES,2008.
1 Primeira autora é aluna do curso de Licenciatura em Pedagogia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade acadêmica de Garanhuns.
AV. Bom Pastor, s/n- Boa Vista Garanhuns,PE, CEP 55.296-901. E-mail:claudineiagomes2008@hotmail.com
2Segundo autor é professor assistente I (substituto) da Unidade Acadêmica de Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco. AV. Bom
Pastor, s/n- Boa Vista Garanhuns,PE, CEP 55.296-901. E-mail: giancmelo@gmail.com

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Símbolos (Fernando Pessoa e Álvaro de Campos)


Símbolos?
Símbolos? Estou farto de  símbolos…
Mas dizem-me que tudo é símbolo,
Todos me dizem nada.
Quais símbolos? Sonhos. —
Que o sol seja um símbolo, está bem…
Que a lua seja um símbolo, está bem…
Que a terra seja um símbolo, está bem…
Mas quem repara no sol senão quando a chuva cessa,
E ele rompe as nuvens e aponta para trás das costas,
Para o azul do céu?
Mas quem repara na lua senão para achar
Bela a luz que ela espalha, e não bem ela?
Mas quem repara na terra, que é o que pisa?
Chama terra aos campos, às árvores, aos montes,
Por uma diminuição instintiva,
Porque o mar também é terra…
Bem, vá, que tudo isso seja símbolo…
Mas que símbolo é, não o sol, não a lua, não a terra,
Mas neste poente precoce e azulando-se
O sol entre farrapos finos de nuvens,
Enquanto a lua é já vista, mística, no outro lado,
E o que fica da luz do dia
Doura a cabeça da costureira que pára vagamente à esquina
Onde se demorava outrora com o namorado que a deixou?
Símbolos? Não quero símbolos…
Queria — pobre figura de miséria e desamparo! —
Que o namorado voltasse para a costureira.

Projeto: "Estratégias de Leitura para a Educação Infantil"



Execução do Projeto.


PROJETO DE INTERVENÇÃO 

Tema: Estratégias de leitura para a educação Infantil

Área Curricular: Português

Justificativa:

A leitura figura como um dos principais exercícios para o desenvolvimento da linguagem oral e da autonomia da criança, tornando-o um sujeito reflexivo e crítico que conhece o mundo e se percebe como sujeito participante tanto do processo educativo quanto do meio social em que está inserido. É o que sugere GOES (1990, p. 16):
A leitura para a criança não é, como às vezes se ouve, meio de evasão ou apenas compensação. É um modo de representação do real. Através de um "fingimento", o leitor re-age, re-avalia, experimenta as próprias emoções e reações.
Partindo deste princípio compreendemos que a leitura deve ser vivenciada a partir da educação infantil, atuando como agente mediador entre a criança e a formação de sua personalidade, de sua concepção de mundo e a faz conhecer sentimentos próprios da humanidade, um exemplo é o bem e o mal, sentimentos bem presentes na literatura infantil (MAGNANELLI, 2005. p.2).
Além de favorecer o conhecimento de mundo, favorecer o desenvolvimento das emoções e das relações afetivas, a leitura na educação infantil atua como o primeiro passo para o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, o que resultará em um adulto leitor, capaz de fazer inferências entender e interpretar qualquer texto. Neste sentido o Referencial Curricular para a Educação Infantil (RCN/EI) afirma que:
A aprendizagem da linguagem escrita é “um processo de construção de conhecimento pelas crianças por meio de práticas que tem como ponto de partida e de chegada o uso da linguagem e a participação nas diversas práticas sociais de escrita”. Aponta ainda que “as instituições e profissionais de educação infantil deverão organizar sua prática de forma a promover as seguintes capacidades nas crianças: (...) interessar-se pela leitura de histórias; familiarizar-se aos poucos com a escrita por meio da participação em situações nas quais ela se faz necessária e do contato cotidiano com livros, revistas, histórias em quadrinhos, etc.” (Brasil/MEC, 1998, v.3, p. 122 e 131).
Compreendendo e concebendo a leitura em suas múltiplas formas como um instrumento facilitador e essencial no desenvolvimento do processo cognitivo e na compreensão de mundo da criança, justificamos o presente projeto, que objetiva vivenciar diversas estratégias de leitura, com textos de diferentes gêneros que incluíram definitivamente a criança no mundo fascinante da leitura (ANTUNES, 2008, p. 19). 


Objetivos


Geral: Trabalhar diferentes gêneros textuais através de estratégias que favoreçam a compreensão, participação e estimulem a formação de leitores na educação infantil.


Específicos:
· Estimular o interesse pela leitura;
· Manusear diversos tipos de textos;
· Interpretar e encenar histórias lidas;
· Recontar histórias ouvidas;
· Conhecer diferentes gêneros textuais;
· Confeccionar livros e montar uma mine biblioteca.


Desenvolvimento 


1º dia de aula: Conhecendo os livros
Inicialmente pediremos aos alunos que sentem em tapetes de forma circular onde mediaremos uma conversa sobre o porquê do livro, o que encontramos nos livros, o que eles entendem por livros e qual têm sido a vivencia deles com livros, mencionaremos alguns clássicos infantis e autores brasileiros (20 minutos).
Em seguida colocaremos diversos livros no centro do tapete e pediremos que eles manuseiem os livros, façam leituras individuais e coletivas os deixando livres para exercerem sua autonomia quanto ao livro que irão ler, como vão ler, quanto tempo ficarão com cada livro (serão disponibilizados 30 minutos para esta atividade).
Posteriormente eles escolherão um livro para que possamos ler para eles. Nessa leitura enfatizaremos os autores e faremos com que eles participem da narração desta história, fazendo inferências e levantando hipóteses quanto ao enredo e personagens da história.
Após este momento de leitura distribuiremos folhas de papel ofício para que comecem a confeccionar os seus livros. Orientaremos para que eles dobrem a folha ao meio e em seguida recontem a história ouvida a partir de desenhos e escrita de acordo com o desenvolvimento individual de cada criança. (Recolheremos as folhas).
Para finalizar este primeiro dia de aula os levaremos até a biblioteca da escola e os ajudaremos a escolher livros infantis para fazerem a leitura em casa individualmente ou com o auxílio de um adulto.


2º dia de aula: Conhecer outros gêneros textuais.
Inicialmente traremos todos para o tapete da leitura e iniciaremos a conversa apresentando histórias em quadrinhos, clássicos infantis, jornais e revistas, faremos uma explicação rápida sobre cada um desses gêneros e deixaremos os textos no centro do tapete para que eles manuseiem e façam suas próprias descobertas, criem e recriem. (30 minutos)
Em seguida contaremos um pouco de cada gênero, eles escolherão o que deveremos ler. (20 minutos) Após a leitura dividiremos a turma em 4 grupos de 5 alunos cada e pediremos que os grupos encenem alguma das leituras feitas, seja uma notícia do jornal, uma reportagem da revista, um clássico infantil ou a história em quadrinho. Obs. Estaremos circulando pelos grupos orientando e auxiliando-os na preparação para encenação. (20 minutos)
Posteriormente entregaremos uma folha de papel ofício para que confeccionem mais uma página do livro deles, desta vez, eles irão decidir qual dos gêneros irá abordar, disponibilizaremos jornais e revistas para recortes, caso necessitem, tesoura e cola.
Quando confeccionarem mais uma página do livro, levaremos os alunos novamente para a biblioteca para que escolham mais um livro para levar para casa, conversaremos sobre os cuidados que devem ter com os livros.


3º dia de aula: Conto e reconto.
Neste dia iniciaremos a aula com a encenação de um conto pelas professoras. (Escolheremos o conto de acordo com o interesse dos alunos, que perceberemos no manuseio dos livros nos dois primeiros dias. Encenaremos todo o enredo, mas não faremos o final da história e pediremos que eles pensem e decidam o que deve acontecer com os personagens no final da história. Após alguns minutos (depois que eles decidirem) encenaremos o final da história e de diferentes formas de acordo com as sugestões deles. Explicaremos aí a função do autor e demonstraremos na prática que eles podem ser autores criadores de suas próprias histórias. (40 minutos)
Em seguida pediremos para que oralmente cada um (sem obrigar nenhum) vá até a frente contar a história encenada no início da aula. (30 minutos). Posteriormente pediremos que eles contem uma outra história para seus colegas, histórias que ouviram dos pais, dos avós ou que inventem uma história. Dividiremos a turma em 4 grupos de 5 alunos para que desenvolvam esta atividade. (20 minutos)
Para finalizar a aula entregaremos uma outra folha de papel ofício e pediremos que contem uma história das que contaram aos colegas ou das que ouviram. (30 minutos) Recolheremos as folhas e os levaremos a biblioteca para levarem um novo livro para conhecerem mais uma bela história.


4º dia de aula: Produzindo sua história. 
Começaremos entregando várias figuras com os seus respectivos nomes que tenham uma relação ou não, a cada aluno entregaremos uma figura. Em um papel quarenta vamos orientando e pedindo que eles criem uma história a partir das figuras que têm nas mãos, cada aluno cria uma frase ou situação para seu personagem e vai colar sua figura no papel quarenta. Quando formarem a história com as figuras, uma professora será a escriba do texto no quadro, fazendo com que eles relembrem a história que criaram e em alguns pontos recriem a história. Passaremos esta história para um cartaz e deixaremos exposto na sala, valorizando a criação deles. (1h30min)
Em seguida entregaremos duas folhas de papel ofício, uma para que eles escrevam a última página do livro que estão fazendo e outra para confeccionarem a capa dos livros. Auxiliaremos com a escolha e escrita do título de cada livro. Terminaremos, grampearemos e deixaremos exposto em um varal os livros criados por eles. (40 min.)
Confeccionaremos um convite para as outras salas para a primeira exposição de livros e a tarde da história que acontecerá simultaneamente na escola uma semana depois da entrega destes convites. Entrega dos convites. 


Recursos
Ø Livros;
Ø Jornais;
Ø Revistas;
Ø Papel ofício;
Ø Papel quarenta quilos;
Ø Cola;
Ø Tesoura;
Ø TNT;
Ø Lápis coloridos;
Ø Varal; e
Ø Recursos humanos.


Culminância
Inicialmente ornamentaremos a sala e montaremos a exposição de livros, dividiremos a turma em quem vai expor os livros, quem vai contar histórias dos livros vivenciadas por nós anteriormente ou não e convidaremos um dos grupos que encenou no segundo dia do projeto para reencenar a história, os vestiremos a caráter e iremos chamar as outras salas.
Pediremos para que venha uma turma por vez, eles apresentarão seus livros, encenarão uma história e contarão histórias, farão isso para a outra turma de educação infantil e os dois primeiros anos do ensino fundamental.
Encerraremos o projeto presenteando a cada um com um livro infantil para que possam continuar exercendo a leitura.


Avaliação
A avaliação será feita de forma contínua, através da participação de cada aluno no desenvolvimento de cada atividade sugerida pelas rotinas do projeto.